Cores, linhas, formas. Os poemas de Helena Parente Cunha reunidos em Cantos e Cantares, editora Tempo Brasileiro, 2005, reúnem fulgurações em imagens, sejam através das pinturas de Van Gogh, Monet, Da Vinci, seja através do olhar do eu-poético que, pela memória, justapõe passado, presente e o devir. O passado e o presente trafegam livremente em mutações, reinventando-se a cada visão, somando-se e se preenchendo de significações, redescobrindo-se pelos sentidos.
Entre flores, quintais, ruas e esquinas, o olhar do eu-poético apreende e se lança ao devir em recomeços, assim como a natureza, em ciclo e constantes, doando-se incansavelmente à tranqüilidade e beleza de existir. Mas essa natureza que ao mesmo tempo se lança aos olhos para contemplação, também fere, com suas pontiagudas pedras. Com esta alegoria, a vida humana é captada pela poesia de Helena Parente Cunha, em sua complexidade, de vidas de flores e pedras.
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