Eu não sou uma estudiosa em literatura infantil, mas tenho tido alguns encontros com esta vertente da literatura, sobretudo porque agora faço parte do Departamento de Educação e, portanto, com maior possibilidade de leituras sobre o tema.


Assim, os contos de fada começam a ser transcritos e adaptados de acordo com as necessidades e valores da classe emergente e por isso tiveram uma tônica tão pedagógica, enaltecendo comportamentos que atendiam a ideologia burguesa. As fábulas de Esopo, de La Fontaine que reportam a tempos memoráveis, Esopo ano 6 a.C e La Fontaine ao século XVII, passaram a circular amplamente nos livros de português pelo menos até os anos 70. Com uma nova ordem social para se fortalecer, recorrer às fábulas moralistas significava o esforço de compor um espírito sólido desse novo cidadão.
Já os irmãos Grimm reportam ao século XVIII e Charles Perrault ao século XVII, ambos escreveram contos de fadas. O volume de publicações sobre uma literatura voltada para crianças ganhou grandes proporções, já que para a ordem burguesa a maternidade passa por redefinição que, por sua vez, reinventa também a infância.
Hoje em dia, é possível encontramos uma literatura no Brasil para crianças com escritores especializados no tema. Ruth Rocha é uma dessas escritoras contemporâneas especializada em literatura infantil. No entanto, escritoras que ficaram famosas com uma literatura para adultos também teve o seu momento de escrever para o público infantil. Clarice Lispector foi uma delas.